Sim, Angie e a CDU/CSU ganharam com uma "super-maioria", a mais robusta desde os tempos áureos da Reunificação, em que Helmut Kohl não dava hipótese à oposição. Mas secou o terreno em volta, e além de deixar o SPD a milhas, conseguiu eclipsar o seu aliado de coligação, os liberais do FDP, que depois de em 2009 terem conseguido o seu melhor resultado eleitoral de sempre, passaram agora, como temiam, pela humilhação de se quedarem com menos de 5%, e ficarem por isso fora da representação do Bundestag. Com quase a mesma percentagem ficou o movimento anti-euro, E o tão propalado Partido Pirata, dos libertários da net (lembram-se do entusiasmo, aqui há pouco tempo?), desinchou para umas décimas que o deixam a uma distância abissal da representação diplomática. Quanto à esquerda, tirando os sociais-democratas, recuou claramente.
Agora, com uma imensa maioria que expulsou os liberais para fora do ringue parlamentar, mas aquém da maioria absoluta, a CDU terá de negociar para formar um novo governo. O Linke, de esquerda mais radical, estará absolutamente fora de causa, com os Verdes também parece pouco provável, pelo que provavelmente se reeditará a Grande coligação de centro com o SPD. Quem diria que os sociais-democratas, com um resultado fraco, ainda poderiam entrar no governo, mercê dos votos que transitaram em massa dos liberais para a CDU e os anti-euro? e que as comemorações de vitória da CDU afinal tiveram a visita de Pirro? Veremos se um novo governo mantém a obstinação na política de dar as tranches aos países aflitos pela dívida, como Portugal, em troca de uma férrea política de apertar o cinto, mesmo que isto tenha custos sociais. E se Frau Angie não terá mais dores de cabeça no futuro do que certamente pensaria.
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