Já tinha deixado expresso o meu desejo de que este filme passasse em Portugal, e as distribuidoras fizeram-me a vontade. As salas de cinema (poucas, e só em Porto e Lisboa) exibem agora Kon-Tiki, o filme norueguês que chegou a ser nomeado para o Óscar de "melhor filme estrangeiro", e que como o nome indica, relata a viagem imprevisível que o aventureiro Thor Heyerdahl empreendeu em 1947, desde as costas do Peru até à Polinésia. Um percurso de quase 7000 kilómetros e mais de cem dias, em que seis homens singraram numa jangada construída segundo métodos de outrora, para desvendar que os habitantes da Polinésia descendiam não de povos vindos da Ásia mas sim das Américas, e que por meio de jangadas tinham percorrido boa parte do Pacífico, à mercê dos elementos. Heyerdahl queria a todo o custo provar a sua teoria, e com mais cinco companheiros singrou pelos mares fora, anotando tudo o que lhe parecia relevante, filmando e realizando uma película que ganharia o Óscar de Melhor Documentário. Agora, a sua aventura é contada em filme, mostrando as teorias, as hesitações, a determinação para levar a cabo uma empresa na qual ninguém acreditava, o sacrifício da vida familiar, os momentos de angústia (a imensa calmaria no meio do Pacífico, a fauna oceânica a rondar, as tempestades), o companheirismo, a Fé...não sendo uma obra-prima, é um filme de aventuras à antiga, e ainda por cima baseado numa aventura autêntica, das últimas viagens de descoberta feitas no nosso planeta antes do Google Maps desvendar todos os recantos. Deixem os filmes da moda para depois, porque ainda ficam mais uns tempos, apanhem este antes que saia das salas e apreciem uma aventura marítima dos tempos modernos feita numa jangada vetusta, que seguiu a direcção do Sol.
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