O Público de Sábado passado coloca Mariano Rajoy, o Presidente do Governo espanhol, com uma seta para baixo por causa da alteração à lei do aborto espanhola, considerando que é um "retrocesso", "uma vingança da direita espanhola em relação aos passos dados na era Zapatero", "e uma visão moralista e arcaica". Pois eu acho que desta vez Rajoy, que navega entre a incapacidade de fazer frente aos problemas sociais que afectam Espanha, como o desemprego, e a embaraçosa história do caso Barcenas e dos dinheiros distribuídos pelos dirigentes do PP, merecia uma seta bem para cima. Além de cumprir uma promessa dada nas legislativas de 2011, consegue reverter uma lei aberrante, que entre outras coisas permitia que raparigas com mais de 16 anos pudessem abortar sem autorização parental. É um retrocesso? Com certeza, e quando se caminha para o lado errado há que saber retroceder. Vingança contra Zapatero? Não seria o ex-governante do PSOE , que continuamente levantou tensões na sociedade espanhola, que recorria a provocações? Quanto à visão "moralista e arcaica", prefiro-a mil vezes à visão "amoral e progressista" que supostamente o Público tem. Os jornais não devem ser neutros, mas uma coluna não assinada soltar atoardas deste gênero mostra bem que há por aí quem não perceba que há quem seja contra o aborto, o considere uma prática degradante e banalizada, e a sua liberalização pura e simples um atentado contra a vida humana. digna dos tempos dos referendos, em que esse jornal, sem pudor, se dizia neutro ao mesmo tempo que fazia uma campanha descarada a favor da liberalização. numa altura em que há tantos contraceptivos e instituições que tratam de crianças, a insistência no aborto, para além de profundamente obsceno é que parece ser arcaica. Já agora, dizer que "ninguém é a favor do aborto" é uma perfeita mentira: não faltam pessoas a dizer-se "a favor do aborto", sem hesitações, nem desvairadas, como as Femen, que se manifestam de seios ao léu reclamando "o sagrado direito de abortar". A nova lei, que pelo que li parece-me nalguns casos bastante permissiva, é pelo menos uma lufada de ar fresco no ambiente "pró-aborto" que se vive na Europa e que mostra claramente não um "avanço civilizacional", mas uma degradante decadência de valores. Esperemos que esta atitude seja copiada no futuro, a começar por Portugal (coisa que só poderia acontecer em novo referendo).
domingo, dezembro 22, 2013
Seta para cima para Rajoy
O Público de Sábado passado coloca Mariano Rajoy, o Presidente do Governo espanhol, com uma seta para baixo por causa da alteração à lei do aborto espanhola, considerando que é um "retrocesso", "uma vingança da direita espanhola em relação aos passos dados na era Zapatero", "e uma visão moralista e arcaica". Pois eu acho que desta vez Rajoy, que navega entre a incapacidade de fazer frente aos problemas sociais que afectam Espanha, como o desemprego, e a embaraçosa história do caso Barcenas e dos dinheiros distribuídos pelos dirigentes do PP, merecia uma seta bem para cima. Além de cumprir uma promessa dada nas legislativas de 2011, consegue reverter uma lei aberrante, que entre outras coisas permitia que raparigas com mais de 16 anos pudessem abortar sem autorização parental. É um retrocesso? Com certeza, e quando se caminha para o lado errado há que saber retroceder. Vingança contra Zapatero? Não seria o ex-governante do PSOE , que continuamente levantou tensões na sociedade espanhola, que recorria a provocações? Quanto à visão "moralista e arcaica", prefiro-a mil vezes à visão "amoral e progressista" que supostamente o Público tem. Os jornais não devem ser neutros, mas uma coluna não assinada soltar atoardas deste gênero mostra bem que há por aí quem não perceba que há quem seja contra o aborto, o considere uma prática degradante e banalizada, e a sua liberalização pura e simples um atentado contra a vida humana. digna dos tempos dos referendos, em que esse jornal, sem pudor, se dizia neutro ao mesmo tempo que fazia uma campanha descarada a favor da liberalização. numa altura em que há tantos contraceptivos e instituições que tratam de crianças, a insistência no aborto, para além de profundamente obsceno é que parece ser arcaica. Já agora, dizer que "ninguém é a favor do aborto" é uma perfeita mentira: não faltam pessoas a dizer-se "a favor do aborto", sem hesitações, nem desvairadas, como as Femen, que se manifestam de seios ao léu reclamando "o sagrado direito de abortar". A nova lei, que pelo que li parece-me nalguns casos bastante permissiva, é pelo menos uma lufada de ar fresco no ambiente "pró-aborto" que se vive na Europa e que mostra claramente não um "avanço civilizacional", mas uma degradante decadência de valores. Esperemos que esta atitude seja copiada no futuro, a começar por Portugal (coisa que só poderia acontecer em novo referendo).
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JP falas bem...
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