Na Turquia, também com eleições municipais, decidia-se o futuro do sr. Erdogan. Depois das enormes manifestações antigovernamentais do ano passado em Istambul, dos escândalos de corrupção que afectaram o governo, do envolvimento na guerra da Síria, das ameaças e do autoritarismo do primeiro-ministro, que fizeram com que tentasse bloquear o Twitter e o YouTube, que revelaram indícios de nepotismo que lhe eram prejudiciais, provocando uma chuva de críticas, do Galatasaray ao presidente da república, era grande a expectativa sobre como se aguentaria o partido do poder nas urnas. A resposta não deixou margem para dúvidas: Erdogan e o seu AKP venceram com confortável maioria, suplantando o anterior resultado, e ao que parece venceram nas principais cidades, a capital Ankara e a imperial Istambul. Quase o oposto do que aconteceu a Hollande na França. A partir de agora, e com o seu poder reforçado, Erdogan desafiará ainda mais a oposição interna. Já fora da Turquia, entre as hesitações da UE, a guerra na Síria, o reerguer da Rússia e os desejos independentistas nunca adormecidos dos curdos, terá tendência a querer afirmar ainda mais a influência russa entre o Mediterrâneo e a Ásia e a dar azo ao seu neo-otomanismo, que aliás nunca escondeu. E será interessante saber até que ponto os desejos expansionistas e imperialistas de Erdogan e Putin, dois claros saudosistas do apogeu dos seus países, irão chocar.
segunda-feira, março 31, 2014
Já na Turquia as consequências são outras
Na Turquia, também com eleições municipais, decidia-se o futuro do sr. Erdogan. Depois das enormes manifestações antigovernamentais do ano passado em Istambul, dos escândalos de corrupção que afectaram o governo, do envolvimento na guerra da Síria, das ameaças e do autoritarismo do primeiro-ministro, que fizeram com que tentasse bloquear o Twitter e o YouTube, que revelaram indícios de nepotismo que lhe eram prejudiciais, provocando uma chuva de críticas, do Galatasaray ao presidente da república, era grande a expectativa sobre como se aguentaria o partido do poder nas urnas. A resposta não deixou margem para dúvidas: Erdogan e o seu AKP venceram com confortável maioria, suplantando o anterior resultado, e ao que parece venceram nas principais cidades, a capital Ankara e a imperial Istambul. Quase o oposto do que aconteceu a Hollande na França. A partir de agora, e com o seu poder reforçado, Erdogan desafiará ainda mais a oposição interna. Já fora da Turquia, entre as hesitações da UE, a guerra na Síria, o reerguer da Rússia e os desejos independentistas nunca adormecidos dos curdos, terá tendência a querer afirmar ainda mais a influência russa entre o Mediterrâneo e a Ásia e a dar azo ao seu neo-otomanismo, que aliás nunca escondeu. E será interessante saber até que ponto os desejos expansionistas e imperialistas de Erdogan e Putin, dois claros saudosistas do apogeu dos seus países, irão chocar.
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