sexta-feira, julho 18, 2014

O essencial depois de uma tragédia



Desconfio que depois da tragédia do avião da Malasyan Airlines, ontem, nos céus do complicado território entre a Ucrânia e a Rússia, apenas quatro meses depois do misteriosíssimo desaparecimento de um avião daquela companhia, poucos se atreverão a subir para um avião da mesma, embora as culpas não lhe devam ser imputadas. E o ambiente naquelas paragens promete ficar ainda mais quente. Tudo indica tratar-se de mísseis anti-aéreos disparados pelos rebeldes pró-russos, confundindo-o com um avião militar ucraniano, o que só tende a agravar a coisa. De qualquer forma, e sabendo-se que as responsabilidades terão de ser apuradas (e mandar a caixa negra do aparelho para Moscovo não abona muito a favor de quem o faz), urge antes de mais prestar auxílio às vítimas colaterais - as famílias - e interditar aquele espaço aéreo. Ou como dizia o outro, enterrar os mortos e cuidar dos vivos. No meio disto tudo, histórias trágicas, como a daquele australiano, que depois de perder o irmão no voo desaparecido em Março, perdeu agora uma enteada. Há vidas que não são nada invejáveis.

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