É claro que ser impedido de entrar no metro por um punhado de rufias racistas e bêbados, ainda por cima estrangeiros, como aconteceu há dias em Paris, é desagradável. Mas apesar da humilhação e da sensação de intimidação, o pior que acontece é entrar só no metro seguinte, uns minutos depois. Que o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos não entendeu assim e resolveu pronunciar-se sobre o acontecimento. Quem não vivesse neste Mundo poderia supor que isto está no grau mais alto da escala das violações dos direitos humanos. Bom seria que todos os problemas fossem esses, mas sinceramente, com todos os casos aberrantes que se passam no Mundo, é sobre coisas destas que os senhores Altos Comissários se debruçam? Pergunto-me se tiveram uma reacção tão pujante quando vinte e um coptas foram barbaramente assassinados (outra vez) por terroristas da Daesh nas praias da Líbia. Bem podem dizer que Paris é mais mediática e "mais perto" (dá ideia que tudo o que se passa na capital francesa é mais importante do que o resto), mas recordo-lhes que a Líbia é já ali do outro lado da Itália. E a ONU, que eu saiba, tem carácter mundial. Se se vai pronunciar sobre cada caso de racismo, então vai precisar de umas dezenas de porta-vozes em discurso ininterrupto. Melhor faria se fosse tratar do que importa e deixasse os casos menores de lado. Depois, não admira que digam que se trata de uma ilustre inutilidade. Bizantinices como estas levam ao ridículo, e a prazo, à total irrelevância.
segunda-feira, fevereiro 23, 2015
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