Duro, enervante de tirar a paciência a um santo, mas emotivo e compensador no fim. Eis o que se pode dizer do jogo de ontem do Benfica, em Coimbra, no antigo "Calhabé" agora com estatuto de século XXI. O jogo acabou por ser um desafio muito mais duro do que o que se previa, no meio de ma eliminatória com o Bayern de Munique, até porque os "estudantes" não só defendiam com tudo, estacionando o autocarro e cortando linhas de passe, como passavam o tempo no chã, a simular faltas e falsas lesões. Pelo meio, marcaram um golo não se sabe bem como, mas depois de autênticos desafios à paciência, Mitroglou e o decisivo Raul Jimenez marcaram os tentos que deram a vitória ao Benfica e o mantiveram à frente do campeonato, para euforia no estádio.
É aqui que reside um dos meus espantos: se era expectável que o Benfica levasse milhares de fãs ao jogo (entre os quais estava este vosso criado), já espanta mais que os adeptos da Académica fossem tão poucos. No meio de um mar de vermelho, viam-se algumas falanges de negro, com uns estudantes de capa, mas muito pouco para o que se espera de um clube tradicional e popular, a precisar de apoio, e cujos adeptos teriam supostamente bilhetes mais baratos. Resignação ou desinteresse? Se com este futebol o bilhete de ida da ex-Briosa para a segunda liga parece certo, a ausência dos adeptos devia dar que pensar para futuro. Porque sem adeptos como os do Benfica, aquele estádio, em jogos com adversários menos populares, deve ser uma desolação. Admite-se em Leiria, no Algarve (no Barrocal) e até em Aveiro, com aquele mono longe da Beira-mar. Em Coimbra, nunca.
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