sábado, abril 23, 2016

Prince


O ano ainda não tem quatro meses completos e já viu partirem dois dos maiores gênios de sempre da música pop. Primeiro Bowie, agora Prince. É uma razia demasiado grande para tão pouco tempo.

Tal como o Camaleão, o Artista que durante algum tempo se fazia representar por aquele símbolo impronunciável não era das minhas grandes preferências musicais. Mas é impossível negar que era um geniozinho musical que conseguia misturar a pop, o soul, o funk, que mudava de rumo mesmo quando as coisas não pareciam correr bem, que estava constantemente a criar música, que serviu de inspiração a outros músicos, de Beck a Pedro Abrunhosa, passando por Sinead O´Connor e as Bangles (que lhe devem a escrita dos seus maiores êxitos), e que com Michael Jackson e Madonna, era uma das grandes estrelas pop legadas pela cultura norte-americana (na altura com suporte fundamental da MTV) dos anos oitenta, embora provavelmente mais talentoso do que os outros dois.
A prova do seu ecletismo e busca de outras formas musicais viu-se nos últimos anos, em que ainda experimentou o fado, na sua parceria com Ana Moura, o que o levou a tocar A Casa da Mariquinhas  acompanhando a fadista num festival em Portugal há não muito tempo.
Aí por 1993, na época dos grandes concertos de estádio, actuou em Alvalade, seguindo-se um concerto em Santiago de Compostela. Na altura estava de férias no Alto Minho, como sempre, e houve uma vaga ideia de gente mais graúda de ir vê-lo, no que teria sido o primeiro concerto pop a sério da minha vida. A coisa não se concretizou, mas lembro-me ainda de ver os cartazes a anunciar a vinda do músico de Mineappolis nas paredes de Vigo. Não o veria em concerto, mas fico com uma certa pena de não ter visto a sua actuação ao lado de Ana Moura.

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