segunda-feira, julho 11, 2016

Campeões da Europa


 
Sim, a hora chegou. Eram dez e meia da noite, mais uns minutos, hora portuguesa, quando o apito final do árbitro nos deu a Taça que tanto e há tanto tempo queríamos. Ainda tenho as emoções de ontem cá dentro, não consigo deixar de ver imagens dos momentos mais importantes e sinto bem o cansaço da adrenalina liberta e das comemorações nas ruas do Porto, depois de ver o jogo com amigos, em casa de quem vi todos os "mata-mata". Como em todo o país, as ruas encheram-se de carros a apitar, de colunas de pessoas felizes e descontraídas, a baixa da cidade parecia reviver um fim de semana animado e colorido, e os Aliados estavam cobertos por uma multidão festiva e ordeira. O entusiasmo crescia quando nos ecrãs aparecia algum jogador como Éder, o herói da noite, cujo nome era ouvido e aclamado em toda a parte, e transformava-se em euforia quando o hino nacional era tocado, ou então uma música icónica da ocasião, como A Minha Casinha, versão Xutos.
 
É o culminar de um mês que começou com quase indiferença e falta de entusiasmo, que passou a ser de desespero, de aceitação, e por fim, de confiança numa vitória improvável. Nunca como agora vi as pessoas tão confiantes numa vitória da Selecção. Até eu, incorrigível pessimista, tinha uma enorme crença de que ia sair algo de memorável. A expectativa desceu, com a lesão indecente de Cristiano Ronaldo, o homem que mais queria pisar aquele relvado. Mas a sorte protege os audazes, e a glória os que têm decisões temerárias. e não podia haver escolha mais temerária do que lançar Éder; quando entrou em campo, dizia-se a brincar que o máximo seria ganhar com um golo de Éder. E aconteceu mesmo. Teve uma oportunidade, falhou, tentou de novo, e enfrentando sozinho a defesa francesa e a maioria dos espectadores do Stade de France, com um pontapé desengonçado, chutou um torpedo para a glória. O jogador cuja convocatória todos criticaram e zombaram tornou-se o herói de um país. Não mais o nome deste originário de Bissau que cresceu num lar nos arredores de Coimbra será esquecido. Nem o dos outros 22 companheiros, e muito menos de Fernando Santos. A Taça é deles, e consequentemente, nossa. Esta glória, esta alegria, ninguém nos tira.
 
 

2 comentários:

alfacinha disse...

Compartilo na alegria dos Portugueses
Parabéns

João Pedro disse...

Muito obrigado!