Gosto muito das crónicas urbanas que vêm na página final da revista 2, o suplemento de Domingo do jornal Público. Os textos revezam-se semanalmente entre Lisboa e Porto, sendo respectivamente escritos por Alexandra Prado Coelho e Manuel Jorge Marmelo (mas nem sempre) e ilustrados por desenhadores vários, como Eduardo Salaviza.
Através dessas crónicas vamos recordando aspectos das cidades de que já estávamos esquecidos, reparando em pormenores nunca antes apercebidos e conhecendo lugares bizarros e por vezes semi-escondidos cuja existência nem sequer imaginávamos. Por causa disso mesmo, já tenho recortado e guardado várias desses textos.
Mas embora sejam um imenso manancial de ideias e de escrita, Lisboa e Porto também têm os seus limites, quanto mais não seja de criatividade. Assim, e antes que as crónicas dêem lugar a outra rubrica qualquer, sugiro aos editores do Público que comecem já a olhar para as outras cidades do nosso país. Podem ser subúrbios, de onde também brotam sempre histórias, como Matosinhos, Almada, Barreiro ou Maia (incluindo os que oficialmente não são cidades, e a Cascais e Estoril não faltam certamente matéria para histórias). As velhas cidades de Norte a Sul, Braga, Évora, Bragança, Coimbra, Viseu, Funchal, Guimarães, etc. E as novas cidades, que adquiriram o estatuto mais ou menos recentemente, como Famalicão, Portimão, S. João da Madeira, Caldas, e tantas outras. Comecem já a enviar os vosso escribas por esse país fora, ou a desencantar outros. Garanto que ficam com matéria para magníficas crónicas urbanas por mais um ror de tempo.
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