quinta-feira, outubro 17, 2013

Se Machete não mata, mói

 
Já começa a ser demais. Rui Machete entrou para o Governo, para surpresa geral, para levar "cabelos brancos" onde havia uma "confusão de garotos". Mal chegou, provocou logo celeuma com as suas ligações ao BPN e à SLN, que negou sempre, para além da sua controversa passagem à frente da Fundação Luso Americana. Depois, vieram os dados que tinha omitido (a posse de acções da SLN). A tudo isto, chutava para canto com as desculpas da "podridão da vida política" e eufemismos como "incorrecções factuais". E como se não bastasse este cúmulo de vícios bem digna do bloco central de interesses de onde provém (e que aliás simboliza), ainda se desculpou perante os angolanos pelas investigações a altas figuras daquele país feitas pelo Ministério-Público português, curvando-se perante Luanda e violando o princípio de separação de poderes. O que conseguiu? A crítica generalizada em Portugal, novos insultos com óbvio desprezo daquela coisa chamada Jornal de Angola e o anúncio do fim da parceria (seja ela qual for) entre Portugal e Angola pelo próprio Eduardo dos Santos. Ou seja, ainda conseguiu humilhar o país perante a antiga colónia. Eu sei que mudar de MNE constantemente não transmite a melhor mensagem lá para fora (o cargo é quase sinónimo de estabilidade), mas neste caso não há alternativa: Machete tem de ser corrido das necessidades, antes que provoque mais estragos. É uma urgência moral e material.
 
 
 

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