sexta-feira, maio 16, 2014

Emoção, drama , mística



Pronto. Passou a final, e novamente a taça voou para outras paragens. O meu pessimismo nestas coisas justificou-se, infelizmente. Já são muitos anos disto.


A história da maldição de Bella Gutman já cansa, mas no futebol, terreno fértil para superstições, parece ser mesmo verdade. Turim já é a oitava final sem ganhar (não admira, no estádio de outro dos nossos "rivais" nessa matéria). Algumas justamente, outras com menos justiça. Tudo já aconteceu ao Benfica em finais europeias: jogar em casa do adversário, lesões de jogadores importantes, antes e durante o jogo, até já sem poder fazer substituições, decisão nos penaltys, golos nos descontos ...parece não haver uma única final europeia em que não haja uma malapata. Ontem houve uma combinação entre ausências de jogadores nucleares, lesões a meio do jogo (aliás Sulejmani saiu lesionado por um adversário), penaltys e agora até uma modalidade nova, erros do árbitro, em fechar os olhos a pelo menos uma grande penalidade a favor do Benfica, a alguns cartões, e à maneira como Beto saltou da baliza na hora das decisões, quando não o podia fazer.

Eu sei que justificar derrotas em jogos assim parece sinal de fraqueza, que "as finais são para se ganhar", e todo aquelas coisas que os adversários do Benfica normalmente repetem nestas ocasiões (sem falar na conversa da "arrogância benfiquista", porque "já estavam preparados para festejar", como se o SLB fosse o único clube do Mundo cujos adeptos não pudessem preparar festejos em caso de vitória). mas gostava que pelo menos numa final tivéssemos alguma sorte. Só um bocadinho. Tivemos na primeira, e nas seguintes, mas ao longo de meio século, abandonou-nos descaradamente. Já era tempo de nos voltar a sorrir, ao menos uma vez. com ou sem maldição do mago húngaro, há coisas que não podem durar para sempre.

Mas ser benfiquista é isto. Sofrer, aguentar, ganhar, voltar a sofrer. Como diz a Reuters num artigo muito aconselhável, o Benfica é emoção, drama e mística. muito para além da simples prosa da bola ou de "o que interessa é ganhar". Na próxima final europeia veremos quem é o adversário que nos calha - e que presumivelmente será o vencedor do troféu. Até que voltemos a ser nós, afastando qualquer réstia de maldições.

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