Há um ano, parecia que todas as desgraças se tinham abatido sobre o Benfica, no fim de uma época impecável. Campeonato, UEFA, até a Taça de Portugal, tudo voou. A depressão instalou-se e a época seguinte prometia ser uma agonia sem grandes razões para festejar.
Como se sabe, as coisas não se passaram assim. Razões para festejar tem havido muitas. O campeonato ficou garantido a semanas do fim. Seguiu-se a Taça da Liga, autêntico brinde alcançado quase sem nem pedir. No próximo domingo, a Taça de Portugal será nova tentativa para recuperar um troféu que foge há dez anos. E hoje, temos uma final europeia. A décima.
No ano passado perdemos contra o Chelsea, de forma inglória, num jogo em que fomos superiores a maior parte do tempo. Hoje, defrontamos o Sevilha, precisamente o primeiro adversário nas competições europeias, nos longínquos anos cinquenta, com quem perdemos na altura. Para lá chegar, tivemos que deixar pelo caminho a Juventus, o clube do estádio da final, uma autêntica proeza digna de semideuses mitológicos. duas semanas depois desse combate encarniçado, o Benfica regressa a Turim.
À partida, deveríamos ser favoritos, pela qualidade e capacidade de luta da equipa, sempre com a vitória em mira. Mas as ausências de vulto de Enzo Pérez, Salvio, Markovic e até de Fejsa, que deixam a equipa sem a asa direita e o meio-campo titular, são razões para temermos uma final durinha. E o meu habitual pessimismo - ou prudência, se preferirem - obriga-me a estar de pé atrás.
Mas há alguns bons indícios, também. O primeiro é que o Benfica perdeu sete finais, mas todas com equipas que não as espanholas. Sempre que encontrou adversários do país vizinho em finais europeias, o Benfica ganhou.
O outro é que hoje é 14 de Maio de 2014, e passam exactamente vinte anos sobre a soberba e esmagadora vitória do Benfica em Alvalade, por 6-3, com o Sporting, num jogo electrizante que decidiu o título, numa época em que também aí se começou com as expectativas em baixo, depois de uma sangria de jogadores precisamente para o clube verde. Sim, aquele mesmo, em que João Pinto realizou o jogo de uma vida e teve direito a uma inaudita nota dez do jornal A Bola, que ficou para a história do futebol português.
Que o espírito vencedor desse dia memorável renasça hoje nos jogadores do Benfica. Esse e o de Eusébio e Coluna, antigos campeões europeus, desaparecidos este ano, mas que com certeza não deixarão de inspirar a equipa. É neles e no seu exemplo que os jogadores benfiquistas têm de pensar se quiserem sair do campo com a vitória e com a Taça
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